A Technology Readiness Level (TRL) é uma escala criada pela NASA em 1974 para medir o grau de maturidade de uma tecnologia, desde a fase de ideiação até sua implementação no mercado. Essa escala é amplamente utilizada em projetos de pesquisa e desenvolvimento, pois permite avaliar o estágio em que uma tecnologia se encontra e identificar os desafios a serem superados antes de sua comercialização.
A escala TRL se divide em nove níveis, sendo que os três primeiros (TRL 1 a 3) correspondem à fase de pesquisa básica, os três seguintes (TRL 4 a 6) à fase de desenvolvimento experimental e os três últimos (TRL 7 a 9) à fase de demonstração e implementação. Cada nível possui critérios específicos que precisam ser atendidos para que a tecnologia possa avançar para o próximo nível.
No depoimento Williams e Paré (2018) no artigo “A review of technology readiness levels: Origins, evolution, and future directions”, a escala TRL “é amplamente aceita como uma forma confiável de medir a maturidade de uma tecnologia e de guiar o seu desenvolvimento, tendo sido utilizada com sucesso em vários setores, incluindo a defesa, a saúde, a energia, a aeronáutica e a espaço”.
A escala é muito, muito útil para avaliar e comunicar o desenvolvimento tecnológico, mas é importante notar que a inovação raramente é linear. Segundo a Teoria da Inovação de Rogers, há um período de tempo em que o desenvolvimento é lento e sem grandes avanços, seguido de um período curto em que a tecnologia atinge um pico de desenvolvimento e, por fim, outro período em que o avanço é incremental.
A curva gaussiana é provavelmente uma maneira melhor de ilustrar essa natureza cíclica do desenvolvimento tecnológico.
Isso porque a inovação é um processo incerto e repleto de incongruências, muito sujeito a influência de fatores externos, como mudanças regulatórias, avanços científicos e mudanças no mercado.
Se fossemos ilustrar o avanço na escala TRL ele pareceria mais com uma espiral que com uma linha reta, com os inevitáveis revezes do desenvolvimento tecnológico. Mas uma espiral contendo curvas de gauss.
As fronteiras entre os níveis tecnológicos da escala também não são tão bem definidas: uma começa aonde a outra termina. Durante o processo criativo, avançamos e retornamos, avaliando o impacto que uma decisão hoje pode ter no futuro, ou antecipando uma atividade de um nível posterior da escala que tem longa duração e queremos minimizar o risco dela impactar alguma ação no futuro. Assim, as curvas de Gauss se sobrepõe.
É preciso ter paciência e perseverança para superar os obstáculos e alcançar o sucesso. Além disso, é importante que haja uma avaliação constante do progresso e que sejam feitos ajustes no plano de trabalho, caso necessário. E é por isso que utilizamos metodologia ágeis no processo de execução.
A curva gaussiana pode não ser aplicável as tecnologias já estabelecidas, que tendem a evoluir de maneira mais linear e previsível.
Por esse motivo, é preciso avaliar caso a caso se a curva gaussiana é a melhor representação para o desenvolvimento de uma determinada tecnologia.
É importante que os times de desenvolvimento e as pessoas que encomendam e contratam inovação estejam preparados para enfrentar esses desafios e sejam flexíveis em suas estratégias.