A Bio Bureau foi fundada em 2009 com o propósito de transformar a pesquisa em biotecnologia que acontecia dentro da universidade em soluções para os desafios da sociedade na busca do desenvolvimento sustentável.
Começamos focados no nosso entorno: na pesquisa feita na UFRJ, nas agências de fomento brasileiras (FINEP, CNPq) e cariocas (FAPERJ), nos desafios que nossas empresas enfrentavam (contaminação por metais) e no nosso ambiente regulatório (IBAMA e INEA).
Mas rapidamente descobrimos que os desafios do desenvolvimento sustentáveis são globais. Todos os países enfrentam problemas com produção de energias limpas, segurança alimentar, espécies invasoras, qualidade da água e do ar. As oportunidades estavam em todos os lugares mas não era fácil para nós, estando no Brasil, acessar essas oportunidades. Um exemplo é o programa Horizonte 2020, da União Europeia, que disponibilizava bilhões de euros para a pesquisa inovadora, mas trazia oportunidades muito, muito limitadas para empresas e centros de pesquisa brasileiros receberem esses recursos.
Também descobrimos a inovação aberta e como empresas de qualquer porte, as vezes competidores nos mesmos segmentos, colaboravam para inovar. E como faziam isso internacionalmente, porque a tecnologia agora permitia que tivéssemos acesso de forma remota, a talentos em qualquer parte do mundo. Mas, novamente, a nossa presença exclusivamente no Brasil, com moeda fraca e dificuldades de importação de insumos, não nos colocava em uma posição privilegiada para liderar ou colaborar. Apesar de termos o diferencial competitivo do conhecimento e acesso a maior biodiversidade do planeta, reconhecido pelos nossos pares, sempre que participávamos de um consórcio era com um papel menor, aquém das nossas possibilidades e ambições, simplesmente em função da nossa localização.
Estava claro para nós que internacionalizar era uma necessidade para aumentarmos a nossa competitividade e realizarmos a nossa visão de impactar a vida das pessoas através do desenvolvimento de biotecnologia. Não era questão de ‘se’, mas de ‘quando’.
E foi em 2019. Vencemos o desafio soft landing Portugal do Parque Tecnológico da UFRJ e fomos para um programa de 7 dias em Lisboa, durante o Web Summit, para preparar a internacionalização da Bio Bureau. Descobrimos que Lisboa era uma das principais capitais da inovação na Europa e fizemos contatos valiosos. De volta ao Brasil, iniciamos o processo para a formação da Bio Bureau Portugal.
Mesmo os severos impactos financeiros da pandemia em 2020 não foram suficientes para nos demover do propósito da internacionalização. Seremos sempre gratos a dedicação e diligência de Marcella Germano, que, em um curto espaço de tempo, contactou, provavelmente, todas as incubadoras de empresa do país e avaliou todos os programas de apoio a instalação de startups em Portugal. E ao pessoal do Biocant, o parque tecnológico de ciências da vida e incubadora de empresas de biotecnologia, em Cantanhede, próximo a Coimbra, que nos recebeu de braços abertos e se tornou a casa da Bio Bureau em Portugal. Com uma infraestrutura de laboratórios impressionante tanto para biologia molecular quanto para bioprocesso, o Biocant é o local perfeito para nossa instalação e nosso modelo de negócio baseado na contratação de projetos de pesquisa e desenvolvimento.
A Bio Bureau Portugal compartilha a equipe de execução com a Bio Bureau Brasil e já trabalha no primeiro projeto, liderando uma proposta com o AIRCentre e a Compelling para o edital EEA na categorial Blue Ocean.