Por Mauro Rebelo

OGM do Bem

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Todo mundo ama dinossauros, mas nem sempre foi assim.
Quando os primeiros fósseis dessas criaturas foram encontrados e o primeiro parque temático do mundo foi montado na Inglaterra com maquetes dos monstros, eles causavam repulsa e medo.
O episódio está descrito no livro ‘Breve História de Quase Tudo’ de Bill Bryson:
Fico pensando quando chegará o dia em que nos reconheceremos o valor dos OGM para a humanidade. Eles melhoram a nossa qualidade de vida e dos animais no nosso entorno em todos os aspectos. As evidências científicas sobre a segurança deles é avassaladora e apenas o medo e o analfabetismo científico justificam o preconceito contra os OGM.
Num trecho do livro ‘O Ambientalista cético’, de Bjorn Lomborg, ele fala sobre os o impacto da desinformação na percepção de risco dos OGM:
“Os alimentos geneticamente modificados são considerados ou um desastre em potencial ou algo que deveríamos amar abertamente. Por que essa grande diferença de julgamento? Sem dúvida, parte do motivo é causado pela falta de informação. Uma pesquisa de opinião perguntou aos Europeus se era verdadeiro ou falso que “tomates comuns não contêm genes, enquanto tomates geneticamente modificados sim”. Metade – corretamente – disse que isso era falso, mas a outra metade achou que era verdade. Estes as pessoas realmente acreditam que o bom e velho alimento não contém genes, enquanto os novos alimentos geneticamente modificados empurram genes estranhos garganta abaixo. Além disso, apenas 42% sabiam que a ingestão de genes de alimentos GM não modificaria seus próprios genes. Outras pesquisas mostram que os americanos não sabem muito mais. Não é de admirar que haja preocupação generalizada com os OGMs.”
Nenhum, não existe nenhum caso de morte animal causada por alimento OGM nos últimos 30 anos. Isso são trilhões de refeições animais. Provavelmente o experimento com maior número amostras na história da ciência.
Inicialmente, o medo do poder de modificar os seres vivos se concentrar nas mãos de uma meia dúzia de grandes corporações, que poderiam patentear a vida e controlar o acesso aos benefícios dos OGM pode ter levado a visão negativa (ainda que fosse um problema de ganância e modelo de negócios predatório que nada tinha a ver com a tecnologia. E que hoje os ‘orgânicos’ estejam aumentando a pressão nas florestas tropicais e dando a cadeia de supermercados ‘Whole Foods’ uma receita maior que a da Monsanto).
Mas hoje, ser contra o arroz dourado (que produz a vitamina A) ou contra os mosquitos estéreis da Malária, significa condenar milhões de pessoas a morte desnecessária.
No Rio de Janeiro poderíamos estar combatendo o Aedes aegipt com tecnologia OGM, mas ainda usamos veneno. Combateríamos espécies invasoras como o mexilhão dourado e o coral sol com CRISPR, sem que nenhuma corporação ficasse desproporcionalmente rica.
Na verdade, com o avanço da tecnologia, qualquer um pode te acesso aos kits para modificar geneticamente uma espécie (veja os biohackers na serie ‘Seleção Artificial’ do Netflix).
Será que a popularização das ferramentas poderá mudar a forma como a sociedade vê os OGM? Espero que sim
Para saber mais:

adriana farias g