Protótipo do mexilhão GM
O início da etapa de desenvolvimento experimental da ANEEL e o TRL#4 são alcançados com a prototipagem. No nosso caso, definida como um mexilhão geneticamente modificado adulto. Isso traduz a sua viabilidade, mostrando que o silenciamento do gene que escolhemos para modificar, assim como a inserção do construtor CrISPR de gene-drive, não impede ou perturba gravemente nenhuma outra função vital.
Os desafios dessa etapa continuam sendo resultado das inúmeras lacunas de conhecimento que temos sobre esse organismo. A dificuldade de replicar em laboratório o ambiente do reservatório (especificamente incrível abundância de alimento nos água eutrofizadas) dificulta a reprodução. Ao mesmo tempo, alguns estudos mostraram que bivalves não possuem cromossomas sexuais (hipótese que validamos construindo o cariótipo do mexilhão) e não é determinado geneticamente, podendo ser afetado, até revertido, por fatores ambientais, como temperatura e disponibilidade de alimento.
Sem domínio pleno da reprodução, é difícil fazer os experimentos para determinar a haplossuficiência (a capacidade do gente em determinar uma característica se estiver presente apenas em 1 cópia – do pai ou da mãe) e com isso escolher de forma inequívoca o gene para a modificação. Dificuldade que estamos tentando reverter com estudo da reprodução e de genes de reprodução haplossuficientes ortólogos, além da modelagem do impacto de variáveis ambientais nas populações.
Essa fase do projeto busca ainda desenvolver uma metodologia para avaliar a severidade da infestação nos reservatórios, que é importante para futuramente estimarmos as razões entre mexilhões GM e invasores necessárias para a desinfestação. Esse objetivo específico está sendo executado pela empresa Hubz.