Modelo teórico do gene-drive do mexilhão

por nov 20, 2020

Para elaborar a proposta, a Bio Bureau desenvolveu o modelo teórico, que carateriza a 2a etapa na escala TRL, com base no gene-drive para controle do vetor da malária (Anopheles gambiae) que estava sendo desenvolvido pelo grupo de Andrea Crisanti no Imperial College de Londres.

Nesse modelo, nós silenciaríamos um gene reprodutivo do mexilhão fazendo a inserção no meio de sua sequencia de um (longo) fragmento de DNA (construto) que codifica um conjunto de enzimas capazes de replicar esse mesmo fragmento e inseri-lo no alelo não modificado do mesmo gene reprodutivo em um outro cromossomo.

A auto-replicação do construto e auto-inserção em uma cópia não modificada, permitem que essa característica (a infertilidade) se espalhe pela população com uma velocidade maior do que a esperada pela herança mendeliana convencional. Por isso, recebe o nome de herança super-mendeliana. Ou Gene-Drive.

As premissas foram validadas com o próprio Andrea Crisanti, que é consultor científico do projeto.

A descrição do modelo foi formalizada em um artigo publicado no formato de pre-print em 2018.

  • Rebelo MF, Afonso LF, Americo JA, da Silva L, Neto JLB, Dondero F, Zhang Q. 2018A sustainable synthetic biology approach for the control of the invasive golden mussel (Limnoperna fortunei) PeerJ Preprints 6:e27164v3 https://doi.org/10.7287/peerj.preprints.27164v3

Veja também o artigo que inspirou o nosso projeto:

  • Hammond, A., Galizi, R., Kyrou, K., Simoni, A., Siniscalchi, C., Katsanos, D., Gribble, M., Baker, D., Marois, E., Russell, S., Burt, A., Windbichler, N., Crisanti, A., & Nolan, T. (2016). A CRISPR-Cas9 gene drive system targeting female reproduction in the malaria mosquito vector Anopheles gambiae. Nature Biotechnology, 34(1), 78–83. https://doi.org/10.1038/nbt.3439